Expectativas frustradas... como doem!
- angelicalisboapsi

- 17 de jun.
- 3 min de leitura

Você já passou por alguma frustração ao criar uma expectativa e se deu conta de que a realidade poderia ser bem diferente?
Pode ter sido aquele emprego dos sonhos que, na prática, não era tão incrível assim. Aquele relacionamento que você imaginou perfeito, mas que nunca chegou. A maternidade, que fazia parte dos seus sonhos, mas que na realidade, não faz parte da sua vida real. Ou até aquele corpo "ideal" que as influencers aparentam e que, na verdade, nem é tão de verdade assim.
A verdade é que expectativas não correspondidas doem e também podem corresponder a uma forma de luto. O luto não acontece só quando perdemos alguém querido; ele aparece quando perdemos sonhos, planos e até versões de nós mesmos que não se concretizaram.
Isso me lembra uma história do livro Talvez Você Deva Conversar com Alguém, (está nas páginas 85 e 86) em que a autora relata o caso de uma mãe que sonhava com a maternidade de um jeito “idealizado”… (quem nunca, né?!) até descobrir que seu filho tinha autismo. De repente, todos os planos precisaram ser repensados. Aos poucos, ela aprendeu a amar a realidade, mesmo sendo diferente do que imaginava. No entanto, lidar com o luto das expectativas exigiu muito trabalho psicológico...
O trecho do texto está logo aqui na sequência e eu espero que faça sentido para as suas reflexões por aí!
Bem-vindo à Holanda! Sobre ter as expectativas viradas de cabeça para baixo:
Esperar um bebê é como planejar uma viagem fabulosa à Itália.
Você compra um monte de guias e faz planos maravilhosos.
O Coliseu, o David de Michelangelo, as gôndolas de Veneza. Pode ser que você aprenda algumas frases práticas em italiano. Tudo é muito excitante.
Depois de meses de expectativa e ansiedade, finalmente chega o dia. Você faz as malas e vai. Várias horas depois, o avião aterrissa. A aeromoça aparece e diz: “Bem-vindos à Holanda!”.
“Holanda?!”, você diz. “Como assim, Holanda?? Minha viagem era para a Itália! Eu deveria estar na Itália. Passei a vida toda sonhando em ir para a Itália!”.
Mas houve uma mudança no plano de voo. Eles aterrissaram na Holanda, e é lá que você tem que ficar... É apenas um lugar diferente.
Então, você precisa sair e comprar novos guias. Precisa aprender uma língua completamente nova. Você vai conhecer todo um novo grupo de pessoas que nunca viu.
Trata-se apenas de um lugar diferente. É mais tranquilo do que a Itália, menos chamativo do que a Itália, mas depois que você está lá por um tempo e consegue recuperar o fôlego, olha em volta... e começa a reparar que a Holanda tem moinhos de vento... e a Holanda tem tulipas. A Holanda tem até Rembrandt.
Mas todo mundo que você conhece está na agitação de ir e vir da Itália... Todos se vangloriam sobre a temporada maravilhosa que passaram lá. E pelo resto da sua vida, você dirá: “É, era para lá que eu deveria ter ido. Foi isso que eu planejei’.
A dor disso nunca, jamais, jamais desaparecerá... porque a perda desse sonho é uma perda muito, muito significativa.
Mas... se você passar a vida toda lamentando o fato de não ter chegado à Itália, pode ser que nunca se sinta livre para aproveitar coisas muito especiais e encantadoras que existem na Holanda. Quem sabe depois de compreender as frustrações das expectativas não alcançadas, seja possível tirar algum aprendizado da experiência? Talvez um novo caminho, uma visão diferente ou até uma força que você nem sabia que tinha... Caso esteja passando por frustrações de expectativas não realizadas, preciso dizer que a psicoterapia é boa uma aliada na busca de novos significados para experiências desafiadoras! Espero que tenha feito sentido por aí! Beijos, Angélica

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